quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A sina do Fausto

O Fausto, meu filho, é uma daquelas pessoas pra quem tudo calha com defeito. Calha, porque não importa se compra ou ganha, chega quebrado.
Não me lembro, mas posso apostar que até o primeiro mordedor tinha rebarbas!
Brinquedos, desde ioiô de banca de jornal, até caríssimo carrinho de controle remoto, era só abrir e verificar: tinha defeito.
Roupas então, um horror! Uma manchinha que fosse, lá estava.
Até figurinha, alguma já vinha rasgada.
Algumas vezes, tentei enganar a sorte, oferecendo a ele, por exemplo, a camiseta verde, que em princípio seria do Plínio. Não tinha jeito, tinha era furo ou mancha.
O cara cresceu (e muito) e a sina continua: até mesmo a geladeira que ganhou de presente de casamento, devidamente encaixotada e tal, chegou toda amassada.
Há pouco mais de um mês, trocamos nossos carros. Até onde eu sei, a diferença entre o dele e o meu, está só na aparência, por dentro são muito semelhantes. O meu roda gostoso que é uma coisa, o dele, nem 100 Km percorridos e ... quebrou. Bomba da direção hidráulica com defeito que provocou vazamento de fluido, que corroeu sei lá que borrachas e a coisa parece não ter fim.
O Jeep da foto, quase tão velho quanto eu, é a condução que sobra pra ele enquanto o carro novinho fica na oficina esperando que a Ford envie uma peça ou outra. Nem vou comentar o quanto é delicioso dirigir essa coisa que nem freio de mão tem, mas ele diz que uma tralha velha a gente, pelo menos, espera que quebre (o Jeep, não eu!!) e faz sentido, afinal.
Resta contar que a atração por trastes defeituosos, não se aplica às pessoas. O Fausto tem uma pequena coleção de amigos preciosos, de almas intactas e tem a Caren também, menina maravilhosa e querida. Tá bom, não sou tão boa sogra que vá dizer que ela não tem defeitos. Tem sim, é único, mas tem: um joelho complicado que incha e dói muito.

domingo, 25 de novembro de 2007

O peru do Clóvis

Há alguns anos, fomos passar uns dias num hotel em Serra Negra, minhas primas e eu. Clima agradável, paisagem linda, o “nada pra fazer” que tanto merecíamos, comida simples e boa ...
Num daqueles almoços, entramos no restaurante, lá estava a mesa posta e o Clóvis posicionado no centro dela, atrás de um enorme peru assado, pronto para servi-lo.
Eu não gosto e a Lígia não quis. Ficamos à mesa observando enquanto a Nívia ia buscar o seu pedaço. Assim, vimos quando ela – então já uma avó de quatro crianças e sempre muito gentil – agradecia sorridente ao cozinheiro. Vimos também quando o sorriso desapareceu dando lugar a uma estranha expressão que por um instante, não entendemos. Tive certeza de que alguma coisa não estava certa quando notei, sob um metro de chapéu, um rosto vermelho como tomate!!!!!!!
No instante seguinte, de volta à mesa, em dúvida se morria de vergonha ou de rir, a Nívia nos contou o que tinha dito ao cozinheiro:
“Clóvis, o seu peru é lindo!”
Quanto à Lígia e a mim, até hoje, a simples menção de um peru assado ou mesmo vivinho e serelepe, fazendo glu-glu nos causa verdadeiras crises de riso. Já no caso da Nívia, parece que as conseqüências do episódio foram mais graves...
Fiquei sabendo que, dia desses, a Fabiana ligou saudosa dos Estados Unidos pra onde foi em férias e comentou que, por conta da Ação de Graças, comeriam peru no jantar. Soube também que a Nívia, muito aflita e prontamente, aconselhou:
“Minha filha, pelo amor de Deus, não vá dizer ao chef que o peru dele é very beautiful!!!!!”

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Um novo olhar


Eu não fui fazer um curso de fotografia porque o assunto me interessasse muito. Fui na onda do Plínio, pra voltar pra sala de aula e até pra me livrar da novela, mas achava sinceramente que não levasse o menor jeito.
Mas o curso era mágico e eu só me dei conta quando vi as minhas fotos tiradas no Parque Ibirapuera, onde fomos fazer um uma série delas.
A gente aprende e mais do que aprender, adquirimos uma nova forma de ver todas as coisas. Não que elas fiquem mais belas, ficam mais interessantes e o nosso conceito de beleza sofre uma transformação. É como se qualquer cena, paisagem, rosto ... dependendo do foco e da luz, desse uma bela foto (e dá mesmo!). Passamos a ter nos olhos um retângulo imaginário dentro do qual enquadramos tudo, mas ele não nos limita a visão, na verdade amplia porque o entorno é cuidadosamente analisado na busca do enquadramento perfeito.
Estou colocando o link pras fotos do trabalho de final de curso. Escolhi o tema “Perfumes” porque sou louca por eles e tenho uma pequena coleção. Coleciono algumas coisinhas e também manias! Acrescentei mais uma, a de fotografar!!!
Estou adicionando também, o link para as fotos da Beth Barone, amiga querida, grande fotógrafa e professora capaz de transformar olhares e até aptidões.
O sabiá do campo aí em cima foi a primeira foto pra qual considerei cada lição aprendida e mesmo assim, não é a original - precisei de um "photoshopezinho" pra tirar um galho que “entrava” no olho da ave - mas foi ela que me deu esperança de um dia ser capaz.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Quem é o seu cardiologista?


É só você fazer cinqüenta anos e todo mundo vem com tal pergunta, e com uma naturalidade incrível como quem questiona o nome da sua melhor amiga ou quer saber qual é o seu animalzinho de estimação. De tanto ouvi-la, acabei achando que precisava ter um. Mentira!!!! Não fosse o colesterol Fenerich que, de repente, resolveu aparecer no meu sangue, eu continuaria respondendo “Como????” , provavelmente pra sempre.
Arnaldo, o ginecologista, era o único médico que até outro dia, eu visitava com regularidade e há tanto tempo que virou amigo querido. Não fosse a recomendação dele, que me levou até o Agenor, acho que teria procurado um cardiologista Bento, Bernardo, Bruna.... Que tipo de especialista seria o Dr Cláudio (ou Carlos, Celso...)? Mais: a quem procurar depois da Dra Zuleika? O Antônio??? Não, acho que pra tal momento, só daria pra ser A de Adeus mesmo!
Bem, parece que não vou trocar muita figurinha com o Agenor por enquanto. Os resultados dos exames foram muito bons e ainda que gorda, sedentária e fumante, tive um desempenho surpreendente no ergométrico. É horrível, mas segundo o A2, corri na ladeira. Ufa!
Quem? O meu cardiologista? O Doutor Agenor.

domingo, 18 de novembro de 2007

Tempestade


No dia 21 de outubro eu estava em Araraquara, onde fui passar uma semana na casa da minha prima. No final da tarde daquele dia eu estava mesmo na casa da Lígia, felizmente dentro dela! Havia meses que não chovia por lá e a falta de umidade no ar era torturante. A tarde escureceu como se tivesse anoitecido de repente. Ouvia-se o som do vento ao longe e, por um momento, pensamos que a tão esperada água cairia afinal sobre a cidade, até que fomos fechar as janelas e vimos uma imagem impressionante: o céu tinha uma tom vermelho intenso!!! Nada de água, só ventania muito forte, que cobriu tudo com uma camada de terra.
Em “Dentes ao Sol” (sempre livros!), do araraquarense Ignácio de Loyola Brandão e história ambientada naquela cidade, entre tantas imagens bizarras criadas por um personagem em luta consigo mesmo, o autor descreve uma tempestade de terra que acaba por soterrar a cidade toda.
Tá certo que Araraquara continua lá inteira, mas que foi assustador, foi!!!
A foto aí em cima encontri na internet, é de Victor Vicentini que, diferente de mim, lembrou-se de registrar o fato.

domingo, 11 de novembro de 2007

007 e a vida real

Comentar os livros que leio será uma das coisas que vou fazer com freqüência por aqui, já que sou louca por eles e leio quase qualquer coisa, até bula de remédio e manual de liquidificador. Tá bom , estes prometo não comentar!
Não sou muito seletiva com o que escolho pra ler e, na verdade, tenho um único critério: Auto ajuda??? Por caridade, não!!!!!!! Costumo selecionar pelo autor (e pouco me importo com a opinião dos críticos), pelo assunto, prefácio, orelha e, se bobear, até pela ilustração da capa.
Acabei de concluir a leitura de “Em nome de sua majestade”, onde o autor relata a caçada da atabalhoada polícia inglesa (quem diria, eim?) que resultou no assassinato de um cidadão brasileiro inocente.
Imagino que vocês, como eu, tenham lido e ouvido sobre o assunto até a exaustão e que, ainda como eu, sentiram um certo alívio quando a mídia, aceitando a versão mentirosa dos fatos, o esqueceu.
Cadê a nossa indignação? Por que somos assim, subservientes? Será que nos achamos tão inferiores, que nos parece normal ter nossos jovens tratados como gente de quinta (e aceitamos classificar pessoas assim?) pelo mundo todo? Não nos incomoda o assassinato sumário de um brasileiro inocente pela incompetência britânica? Aceitamos, junto com o Presidente da República, as desculpas, que sequer foram pedidas, e tá bom? O que há de errado conosco?
Recomendo a leitura e inauguro a lista de links, levando vocês à entrevista com Ivan Sant’Anna, no Observatório da Imprensa.
Pretendo usar o espaço pra colocação de links sobre os assuntos comentados, sempre que houver. Não vou usá-lo pra mostrar a lista dos meus “Favoritos”, mas, no caso de alguém se interessar por receitas de ponto de cruz e crochê, por exemplo, eu tenho aqui também, é só falar.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Obrigação e Privilégio

Em resposta ao meu pedido de ajuda quando comentei que não saberia nem como começar um blog, recebi o tema, além deste presente maravilhoso!!!!
Sou uma privilegiada por me sentir no dever de iniciar agradecendo!!!
Suely, mil vezes grata por este espaço prontinho e caprichado que já me veio recheado de carinho, além do seu, de amigos avisados sem que eu soubesse.
Agradeço e abraço cada um, contando com suas críticas, comentários e, principalmente, sugestões. Vou precisar desesperadamente delas!!!!
Suely, Neusa e Álvaro, vasculhem seus correios à cata de historinhas que já contei!
Regina, pra você, com certeza, é muito fácil! São vinte e sete anos de longas conversas (e declaro púbica e escancaradamente que também amo você), boa parte das quais o Alberto conhece, mas tenho outro pedido a lhe fazer: sei que você é boa na coisa, mas que não faz milagre, mesmo assim...dá pra dar uma melhoradinha na foto de entrada?
Miriam, apesar dos laços de sangue, quão poucas histórias compartilhamos!!! Ainda dá tempo, mesmo porque temos agora toda uma turminha alada pra nos ligar.
Meu filho querido, a sua presença é fundamental sempre.
Kutinha, conto com a sensibilidade dos seus chips!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Parabéns a você !


Blogueira sim, por que não?

Esta tem sido a questão que vem perseguindo minha querida amiga e aniversariante, Helô Dondon.

Eu mesma devo ter contribuído e muito pra que essa dúvida se instalasse na cabecinha dela, por tantas vezes que lhe cobrei uma atitude: criar um blog.

Gente, pra mim é inadmissível que uma mulher bem humorada, inteligente , dona de um texto leve e fascinante ficasse restrita aos e-mails para mim e outros tantos felizardos.

A gente que mais, e para tanto este é meu presente de aniversário, super virtual, seu espaço personalizado na rede mundial pra você deitar e rolar e a gente se deliciar.

Amiga, feliz aniversário, agora é com você!