domingo, 11 de outubro de 2009

Gigante, ambulância e palavrão


Naquela tarde, o Aperibeense jogaria contra Angra dos Reis e era vital que o primeiro vencesse pra manter-se na série B do campeonato estadual. Mas não sabíamos de nada disso. A informação chegou através de um telefonema do secretário de saúde pra Neusa, pedindo que ela fosse até o campo, já que ele estava muito ocupado e o jogo seria cancelado sem a presença dos dois médicos necessários. Seria por pouco tempo, ele ... e não apareceu.


Assim, lá fomos nós (eu não perderia um programa desses) pro Gigante da Beira Linha que realmente fica ao lado dos trilhos da estrada de ferro, mas Gigante???? Ora!

Na pressa e infelizmente, nos esquecemos de levar uma câmera fotográfica. Peguei as imagens na net e, como tem poucas!

É verdade que recebemos tratamento especial: “Venha doutora, a senhora vai ficar na área reservada à equipe médica.” Trata-se de um banco de cimento, sem encosto e sujíssimo! Desejei pertencer à Torcida Jovem Aperibeense, comodamente abrigada nas arquibancadas cobertas.

A tal acomodação reservada ainda fica na lateral e atrás do banco de reservas que impede a visão de um quarto do campo o que, afinal, não foi um grande problema, a bola pouco saiu da área central.

A tarde estava quente, mas nublada e quando começou a garoinha fina e gelada, sem outro abrigo possível, tivemos que correr, os dois médicos e eu, pra dentro da UTI móvel, entre maca e equipamentos. Ah! Aquela cena merecia uma fotografia!



Eu já tinha notado que no Aperibé e no estado todo, algumas das palavras que pra nós paulistas são muito feias, por lá são pronunciadas com tal naturalidade e frequência que deixaram de ser palavrões. Numa partida de futebol, então... nossa! Duas delas, especialmente comuns em eventos esportivos, eu ouvi o tempo todo. Em cada três, uma era “caramba” e/ou “puxa”. “Caramba” e “puxa” porque eu sou paulistana e não vou escrever as originais aqui, mas são tão comuns que o outro médico presente no campo, segundo a Neusa, excelente cirurgião e queridíssimo no lugar, é conhecido e carinhosamente chamado de “Dr. Puxinha”. Bem... não é exatamente isso, mas vocês entenderam.


Ah! Por mais que a gente tenha torcido, não deu pro Aperibeense. Terminou 2x1 pro Angra dos Reis.

sábado, 10 de outubro de 2009

No Aperibé

                                                                                         


Esse pequeno amontoado de ruas, entre os rios Paraíba do Sul e Pomba, no interior do Rio de Janeiro é o Aperibé e pra chegar, partindo de São Paulo, é um tanto sofrido: com muita sorte, são dez horas de Viação Itapemirim, ônibus “convencional” que quer dizer: o mais simplezinho e desconfortável possível. E pra essa minha segunda aventura por lá, foram doze longas horas. Mas vale cada minuto de tortura!



São dez mil habitantes, densidade de 104 por km2, vivendo num lindo pedaço de terra, de vegetação deslumbrante.

A cidade é pobre e não há muito que fazer, por isso e obedecendo um antigo hábito das pequenas povoações, as casas mantém suas portas abertas e, a da Neusa é uma festa permanente. Sem convite e sem aviso, os amigos vão chegando pra horas de conversa boa, churrasco e muita cerveja. Gente de todas as idades reunida... “gente pobre, gente rica, deputado senador...” conversando, rindo e ... muita cerveja!


Desta vez a festa, em comemoração ao aniversário da Neusa, foi especial porque além dos muitos e habituais amigos, contou com a presença da Roberta e do Rodrigo, filhos da Neusa e parte da turminha deles, que levaram muita alegria pra mãe corujíssima e provocaram uma sensível redução na média das idades.

Eu não me lembrava direito de quanto são boas tais reuniões. Obrigada Neusa, amiga querida, por me incluir entre os seus amigos e dividir essa alegria comigo.