sábado, 23 de agosto de 2008

Filhos e filhinhos

Sobre os bichinhos alados ainda, e muito.
Quando a Brenda, a rottweiler, estava bem velhinha, decidimos que ela seria a última de uma série de cadelas que tivemos. Não havia mais crianças pra brincar e os cuidados com cães dão um trabalho enorme. Quem os tem, sabe. Mas... nenhum animal? Que sem graça!!!
Foi por essa razão e porque se encantou com as calopsitas que viu numa loja aqui perto, que o Plínio resolveu dar uma de presente no aniversário do pai, há quatro anos.
Fui com ele escolher e entre as três que havia a venda, ainda muito nenês e feinhas, preferi a menorzinha (muito menor do que as outras) porque era a mais agitada, exigente e engraçadinha. Nenhuma certeza de que fosse uma fêmea, só a carinha delicada dava a dica. Nós a chamamos Lili, simples e fácil pra ela aprender.
Mais tarde, diante dos primeiros de um monte de ovos que ela insiste em botar, soubemos que não nos enganamos.
Depois veio o Léo. Na verdade, o Custódio pensou num papagaio, mas como ele queria uma animal a quem pudesse mimar, apenas mimar, nos decidimos por uma arara que, segundo várias fontes, é um ave muito dócil, mansa e de fala limitada. Bem... só se forem as outras, porque nada disso se aplica ao Léo! Ele é bravinho, desconfiado, temperamental e fala mais e melhor do qualquer papagaio de que eu tenho notícia.
Também ele foi batizado pela carinha de menino, e o exame de DNA, logo depois, confirmou.
O Custódio é o “papai”. Louco por eles e plenamente correspondido no seu amor e dedicação.
Em 2006, no aniversário, e é sempre complicado escolher um presente pro Custódio, o Fausto teve a idéia das camisetas. As pessoas mandam estampar fotos dos filhos e declarações de amor a eles. Por que não crianças assim... meio diferentes?
Não estava junto, mas soube que quando o rapaz que os atendeu na loja editou as imagens e os meninos disseram o que ele deveria escrever, arregalou os olhos e perguntou:
“- Mas quem é o pai????” e ouviu: “- O nosso. Deles e nosso.”


quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Olha quem está falando também

Pensei em escrever sobre o Léo só quando pudesse provar o que tenho pra contar, mas o cara é muito difícil: fotografar é uma aventura, ele não para quieto e por menor que seja a velocidade que a gente escolha, a foto sai tremida e escura demais; diante de uma filmadora fica estático e muito desconfiado e quando ligo o gravador e imploro ansiosamente pra que fale, ele emudece.
Correndo o risco de ser chamada de louca ou pior, mentirosa, a partir de agora, o Léo entra nas historinhas aqui... ou melhor, entram: a Lili também.
Ele é um lindo macho de arara canindé; ela, uma calopsita loirinha e eu duvido que alguém não soubesse.
Há quatro anos, quando compramos o Léo, devidamente anilhado e registrado, a Lili tinha seis ou sete meses e já ensaiava imitações dos pássaros que cantam no quintal. “bem te vi” até que saía bastante bem.


Ele chegou e ela nunca mais disse nada diferente de “piu". Um piu tão insistente que o Léo – e este fala e conversa muito – costuma perder a paciência e reclamar: “Pára!!! Não pode piu!!! Chato!”
No finalzinho de junho, o Léo ficou doente, muito doente. Vítima de uma infecção bacteriana crônica e severa, só não o perdemos porque pudemos proporcionar cuidados veterinários intensos e profundamente... estressantes.
Mais de trinta picadas de injeção em quinze dias, num corpinho de um quilo. Que judiação!!!
Um tanto por conta das bactérias instaladas na traquéia, outro pela tortura a que foi submetido, o Léo parou de falar. Mais de um mês e nem uma palavrinha sequer. Ô silêncio dolorido!
Hoje, completamente curado (assim esperamos), a voz está voltando aos poucos e o muito legal é que agora temos dois psitacídeos falantes porque a rainha do “piu” desandou a falar também.
Como e por que, aos quatro anos e meio de idade, essa avezinha resolveu falar?
Talvez de alguma forma a loquacidade do Léo a intimidasse ou, quem sabe, fosse ele o elemento falante do bando (eles obedecem a uma rigorosa hierarquia) e quando se calou, ela teve que assumir a função. Não sei e acho que nunca saberemos, mas estamos adorando!!!!