
Não me lembro, mas posso apostar que até o primeiro mordedor tinha rebarbas!
Brinquedos, desde ioiô de banca de jornal, até caríssimo carrinho de controle remoto, era só abrir e verificar: tinha defeito.
Roupas então, um horror! Uma manchinha que fosse, lá estava.
Até figurinha, alguma já vinha rasgada.
Algumas vezes, tentei enganar a sorte, oferecendo a ele, por exemplo, a camiseta verde, que em princípio seria do Plínio. Não tinha jeito, tinha era furo ou mancha.
O cara cresceu (e muito) e a sina continua: até mesmo a geladeira que ganhou de presente de casamento, devidamente encaixotada e tal, chegou toda amassada.
Há pouco mais de um mês, trocamos nossos carros. Até onde eu sei, a diferença entre o dele e o meu, está só na aparência, por dentro são muito semelhantes. O meu roda gostoso que é uma coisa, o dele, nem 100 Km percorridos e ... quebrou. Bomba da direção hidráulica com defeito que provocou vazamento de fluido, que corroeu sei lá que borrachas e a coisa parece não ter fim.
O Jeep da foto, quase tão velho quanto eu, é a condução que sobra pra ele enquanto o carro novinho fica na oficina esperando que a Ford envie uma peça ou outra. Nem vou comentar o quanto é delicioso dirigir essa coisa que nem freio de mão tem, mas ele diz que uma tralha velha a gente, pelo menos, espera que quebre (o Jeep, não eu!!) e faz sentido, afinal.
Resta contar que a atração por trastes defeituosos, não se aplica às pessoas. O Fausto tem uma pequena coleção de amigos preciosos, de almas intactas e tem a Caren também, menina maravilhosa e querida. Tá bom, não sou tão boa sogra que vá dizer que ela não tem defeitos. Tem sim, é único, mas tem: um joelho complicado que incha e dói muito.