
Tínhamos quatro e cinco, no máximo cinco e seis anos : o Cláudio, meu irmão e eu. Conta a minha mãe que numa manhã de Natal pulamos cedo da cama e fomos pegar nossos brinquedos antes que ela e meu pai acordassem – não tínhamos muitos, eram caríssimos naquele tempo e só os recebíamos em datas especiais (eu até que tive bastante, os que ganhei num programa de televisão, mas essa é outra história e fica pra uma próxima ).
Bem, quando meus pais se levantaram, deram com uma cena macabra: o meu boneco, um bebezão de borracha, estava todo recortado, aos pedaços, pelas mãos do Cal e seu serrote, parte do joguinho de ferramentas que havia ganhado e pior, eu não estava chorando, nem brava, estava era achando muito interessante aquilo! Bem, como sempre, só eu saí perdendo, as ferramentas ainda serviram pra destruir muitas outras coisas!
Conheça os violentos esquartejadores...aí na foto.
Num outro Natal, e desse eu me lembro, ganhei uma Fiteira (meninas, vocês tiveram uma?), tratava-se de uma boneca que tinha três carinhas diferentes; duas ficavam escondidas sob um gorro de plástico e o pompom sobre ele servia de manivela pra revelar o sorriso, o choro ou o sono. Nem tive oportunidade de dar atenção pra mudança de carinhas... o Cal me irritou como sempre e como sempre também, já que ele era muuuuito mais velho e maior, eu joguei o que tinha à mão: minha Fiteira que teve o gorrinho quebrado no pescoço.
Outro dia lembrando da historinha, contei pro Plínio que perguntou: “Pelo menos você acertou? Quebrou a boneca no tio Cal?” Não me lembro, mas acho que não, eu tinha péssima pontaria!
Perdi muito naquelas brigas intermináveis, mas com certeza valeram!!! Acertamos todas as diferenças na infância e nunca mais brigamos.
Desejo a todos, muita paz no Natal, na companhia de gente querida.
Cal, estarei aí pra ceia.