
Fazer um exagero de comida, muito mais do que os convidados podem dar conta é coisa tão habitual, tão normal pra mim, que nunca teria pensado no assunto como tema pro blog. Foi a Beatriz quem, no domingo, aqui em casa, diante de uma mesa absurda, sugeriu o tema.
Eu “calculo” a quantidade, como se cada prato fosse o único (e se um deles estiver especialmente gostoso?) e, cardápio planejado com antecedência, se sobrar tempo, invento mais uma coisa pra fazer, e outra e outra...
Sou louca por um fogão e cozinho com carinho, pensando nas pessoas que gostam de cada prato, separo sem cebola, sem azeitona... sem qualquer coisa que alguém não goste e exagero mesmo.
Num certo almoço, o arroz acabou. Não faltou, apenas não sobrou e eu fiquei profundamente envergonhada por mais que todos jurassem que não conseguiriam comer mais um único grão! Como posso ter errado tanto?
Não, não passamos o mês comendo a mesma coisa. Dividimos as sobras - comida da segunda panela que nem foi tocada, tortas inteiras... - e cada um leva um pouco. Há trinta anos é assim e tem gente que não se lembra de trazer potes!
Numa ocasião aconteceu um acidente grave, um imenso caldeirão de feijoada, preparada no dia anterior, azedou espetacularmente!!!! Azedou, espumou e espalhou pela geladeira toda! Como não sou de chorar sobre a feijoada derramada, liguei na rotisseria pra encomendar o que fosse possível ser feito a toque de caixa, expliquei o caso e fui colocada em contato com a Vânia, “assessora para emergências” (achei o máximo!). Conversamos sobre as possibilidades e quando ela perguntou quantos convidados teríamos, pra fazer o cálculo de quantidade, eu menti pra moça! Seríamos quatorze, mas exagerei um pouquinho e disse “Vinte e cinco.”
O que? Comida contadinha? Eu??? Nunca!
Ilustração a “mouse livre” feita em art.com (clique aqui).